Alberto Mansur era maçom do Grau 33, ex-soberano Grande Comendador do Rito Escocês da Maçonaria e ex-Grande Mestre Nacional da Ordem DeMolay.
Alberto Mansur nasceu em 7 de setembro de 1922 na pequena cidade de Paraguaçu Paulista. Filho dos imigrantes libaneses Antônio Nehmetalla Mansur e Ramza Mansur, foi batizado na cidade de Aparecida em homenagem ao rei Alberto I, da Bélgica, um herói da Primeira Guerra Mundial – que por vários anos manteve seus pais distantes. O pai veio para o Brasil antes do eclodir da guerra e, em razão disso, a mãe esperou no Líbano com sua irmã por um longo tempo o fim do conflito.
Foi através do tio, José Nehmetalla, sócio do pai, que o ainda jovem Alberto Mansur entrou pela primeira vez num espaço que conheceria muito nos anos vindouros: um templo maçônico. E foi muito cedo, em 1939, que mudou-se para o Rio de Janeiro, cidade onde viveria a maior parte de sua vida.
Em 1950, foi iniciado na Loja Maçônica Perfeita União, em Valença. Então com 28 anos, já tinha seu próprio negócio e era versado em literatura, com especial gosto por Dostoiévski, tocava violino e aperfeiçoava constantemente seu inglês. Já havia também conhecido a companheira de sua vida toda, Célia, com quem teve os filhos Cristina e Jorge – o primeiro Mestre Conselheiro da Ordem DeMolay.
Ao longo dos anos, seu caminho maçônico o fez galgar altos degraus até o topo do Rito Escocês Antigo e Aceito, assumindo em 24 de novembro de 1974 o posto de Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 – Jacarepaguá.
Sua gestão foi marcada pela grande revolução que imprimiu nos Altos Graus do Rito Escocês no Brasil, transformando o Supremo Conselho de uma instituição escondida em uma sede apertada, discriminada por Grãos Mestres e com poucos membros em uma potente organização de milhares de maçons, sediada em milhares de metros quadrados. Mais tarde, seria o primeiro Soberano a deixar o posto – vitalício até então – em favor de eleições para escolher o ocupante.
Não diminuindo sua expressiva contribuição como dirigente maior do Rito Escocês, é certo que a grande marca de Alberto Mansur está no passo decisivo que deu rumo ao que sempre chamou de “congraçamento da família maçônica”. Através de suas viagens ao exterior, trouxe ao Brasil a Ordem DeMolay, as Filhas de Jó e a Ordem Estrela do Oriente.
Como Grande Mestre da Ordem DeMolay, fez com que a instituição crescesse no país como em nenhum outro lugar do mundo. Seu trabalho garantiu a fundação do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, em 1985. Ao longo de muitos anos dirigiu com inegável competência esse desenvolvimento, e é certo de que jamais a ordem teria seu respaldo nos dias de hoje se não fosse pela influência e prestígio de Alberto Mansur.
No dia 24 de julho de 2004, deixou o posto de Grande Mestre do SCODB, passando a assumir desde então a função mais essencial de nossa organização: disseminar por todo o país uma mensagem de legitimidade e amor pela Ordem DeMolay, instituição que não abandonou por nenhum instante.
Muitos tentaram diminuir seu trabalho, ou mesmo ignorá-lo. Mas é certo que ninguém pode rejeitar a verdade de que, pelas mãos de Alberto Mansur, construiu-se boa parte da Maçonaria brasileira que conhecemos hoje. Sua influência, sua visão e seu pensamento continuarão a ser uma inspiração, sobretudo para os milhares de jovens que se desenvolveram nas fileiras que ele por tantos anos comandou.
Como ele sempre diz: Maktub! Estava escrito!